O post que será postergado

Desde ontem estou pra escrever um post sobre como se reconhece pelos trajes e cores quem é novato em academia e os personagens que encontramos lá… eu mesma, cheia de moletons e pálida, cor de escritório como se diz… Encarando as gosotosonas de bronzeado dourado, roupas coladas ao corpo, e os tiozões da Sukita, disputando atenção com os jovens em busca dum corpo atraente pra pavonear entre as adolescentes doidas por vampiros e lobisomens da saga Crepúsculo.


Mas agora de manhã li o post da Roberta, do Piscar de Olhos, que fez parar para pensar que uma gestação, ao contrário do que pareça, não é algo assim tão fácil de acontecer, mesmo entre casais saudáveis e em condições de receber uma criança em sua vida e seu lar.

Nós mesmo ficamos 5 anos sonhando com isso, fazendo exames, descobrindo que a culpa é algo que começa a impregnar a mulher assim que ela decide ser mãe… até que descobrimos que meu marido tinha varicocele e precisamos esperar o resultado de uma cirurgia que mexeu com os sentimentos do meu marido (como assim um homem tem problemas???).

Depois de termos a Larissa, veio a depressão pós-parto (“ué, ela não queria tanto essa criança?”); ela tratada, descobrimos que eu tinha câncer de tireóide justamente quando desejávamos “encomendar” outro bebê. Vieram cirurgia, radioiodoterapia, afastamento da família, retorno e uma espera e torcida para que ao contrário do que prognosticavam, eu teria, sim, outro filho. E aconteceu, após outros 5 anos!

Para quem perde um bebê, ou fica impedido temporariamente de tentá-lo, uma série de questões passam pela cabeça: porque com a gente? É castigo? Por que famílias miseráveis têm fertilidade à beça e todo mundo nasce saudável? 

Não cremos em justiça divina nesses momentos, mas os “consolos”, como disse a Roberta, não consolam uma mãe, só pioram. Dizer que é aviso dos céus para que fiquemos num filho só, pior ainda! Mas uma coisa é certa: a natureza tem sua sabedoria e não estamos aptos a compreendê-la.

Por isso, está aqui minha forma de dizer que sou solidária e tento me colocar em teu lugar, Roberta. Dóem as perdas e elas marcam por muito tempo… Assim como um dia, torcemos, as alegrias ajudarão a diminuir essa dor, mas não a cicatrizar, por que “o que poderia ter sido” é um pensamento que vai acompanhar a tua trajetória.

Força, querida! Estou fazendo pensamento positivo, porque o minuto de silêncio pra mim é muito complicado… Penso que neste momento estás gestando um sonho! 

Esta imagem tirei do site www.bebe.abril.com.br