Orgulho – blogagem coletiva:sentimentos e emoções

Quando se procura no Google por “orgulho”, as imagens que aparecem são várias, mas giram entre alguns temas básicos: filme (Orgulho e Preconceito), pátria (imagens associadas ao amor pelo Brasil e EUA, com Tio Sam e tudo), homossexualismo (orgulho gay, parada gay, manifestos), esporte (torcidas ou imagens de times vitoriosos) e, entre eles, algumas imagens da bandeira do Rio Grande do Sul e outros símbolos do meu Estado.
Esse sentimento de valorização da nossa terra é marcante no povo gaúcho. É uma emoção vivida no dia a dia, uma coisa que pode ser maravilhosa. É nossa demonstração de civismo. Não aquele patriotismo de ocasião, como torcida pela seleção de futebol num campeonato. Ele é percebido no empenho por fazer com que o Estado cresça e fortaleça a nação. Seja útil, produza e dê oportunidade ao seu povo. 

O orgulho de ser gaúcho pode ser observado, por exemplo, na alegria com que cantamos o Hino Riograndense, depois do Nacional, é claro. Ele toca antes de partidas esportivas, de eventos, é ensinado nas escolas e pelas famílias, em casa.
Também pode ser visto nos movimentos de defesa da tradição gaúcha, como forma de resgate da cultura campeira nos trajes, danças, hábitos, literatura, música de exaltação da história, lendas… Nosso povo tem mistura de negros, alemães, italianos, portugueses, espanhóis, índios… Somos tão miscigenados quanto qualquer outro compatriota. E os grupos de valorização das tradições de nossos ascendentes fervilham por aqui também!
Aqui no RS, em várias casas e apartamentos a presença da bandeira riograndense é marcante. Há quem goste muito, mas também há quem ache exagerado, por aqui mesmo.  Nem todo gaúcho é estancieiro e usa bombacha, nem as mulheres vivem de vestido de prenda (como ouvi dizer em São Paulo). Assim como nem todo gaúcho gosta de tomar chimarrão ou o faz todos os dias.


Quem é “desgarrado” e mora em outros estados e países pode querer dizer que é gaúcho colando uma bandeirinha na lataria do carro. Eu mesma já fiz isso. Mas é inegável que essas posturas podem ter dado margem ao entendimento de que o povo gaúcho é arrogante, portanto orgulhoso demais, inclusive pelos famosos movimentos separatistas que despontaram em algum momento da nossa trajetória. Há quem diga, inclusive, que a revolução farroupilha foi um grito de independência frustrado. É um ponto de vista.
Mas quem conhece a história do nosso país pode ter certeza de que essas  não foram as motivações que levaram a uma luta armada por 10 anos e que trouxe tantas perdas ao nosso estado – na época uma província imperial.
O separatismo e o “Sul é o meu país” são mobilizações de poucos, não são fruto do pensamento da maioria dos gaúchos. Só que nós gostaríamos, sim, que nosso país investisse mais nos estados todos, não apenas em alguns deles, como se apenas estes fossem importantes na geração de riquezas, de atletas, artistas e demais profissionais que fazem nosso Brasil ser tão bom em tantas áreas. 
Nos mobilizamos para auxiliar os irmãos castigados com secas, enchentes e demais dificuldades que passam. Torcemos para que os currais eleitorais deixem de existir e que sejam eleitos verdadeiros representantes das necessidades de nossa população. E desejamos que nossa pátria não seja apenas o “país do futuro”, mas um país do presente, em que hoje nós possamos saber na prática o que é cidadania.
Como está chegando a época de relembrarmos o término da revolução farroupilha, em 20 de setembro, data que também ficou conhecida como dia do gaúcho, pensei que seria bom lembrarmos que na verdade o nosso orgulho é de sermos brasileiros, “com muito orgulho, com muito amooooooor”.