Consumismo Infantil ou Culpa Adulta?

Chegou aquela época em que vemos adultos nos noticiários, enlouquecidos indo para as ruas e centros de comércio popular, ou em shopping centers, carregando caixas enormes. Muitas vezes acompanhados de pequenos seres decididos que apontam seus dedinhos de modo firme e objetivo para aqueles brinquedos que as propagandas teimam em dizer que são os mais legais, atraentes e divertidos.

 

Famílias se enrolam em novas dívidas para dar conta da insatisfação que o furor consumista gera. Fica a pergunta: é mero consumismo infantil impulsionado pela mídia e as artimanhas da publicidade ou somos adultos envolvidos em culpa por não darmos conta de tarefas que nos cabem?

 

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Sentimos que estamos compensando nossa ausência, impaciência, ou cansaço e falta de criatividade para lidarmos com as expectativas, disponibilidade, carência, saudade, afeto, fé de que podemos mais e melhor que as crianças têm. E o brinquedo caro compensa? Abafa nosso (necessário) pedido de desculpas?

 

Desde ontem as crianças estão aproveitando um feriadão judaico que a comunidade escolar celebra. Por isso, ontem foi dia de futebol, andar de bicicleta, ajudar a recolher o lixo que encontramos perto da área de proteção ambiental (A.P.A.) e curtirmos a praça que fica perto de casa, com amigos e chimarrão.

 

Hoje optamos por almoçar pastéis e logo, à tarde, fomos para uma praça, onde rolava uma feira do livro infantil. Não era um primor de feira, até achei boa parte das publicações disponíveis bem pobres de conteúdo. Mas havia teatro, brinquedos infláveis e era dentro de uma das poucas praças cercadas aqui de Porto Alegre, o Parque Germânia. O clima está meio instável e logo foi-se armando para a chuva, o que nos fez apressar o passo para a prometida sessão de cinema.

 

Assistimos abraçados “A Lenda de Oz”, que as crianças adoraram. – Já, eu, não percebo grande diferença ao usar óculos 3D, mas isso é um detalhe, pois a história é bem bonitinha mesmo.

 

Imagem: arquivo pessoal

Imagem: arquivo pessoal

 

Depois, tomamos um picolé. E ouvimos um “hummmm, muito obrigada” e “mamããããe, tu me agradou muito hoje”, entre abraços calorosos. Por isso tenho certeza de que a lembrancinha pelo dia da criança será apenas um detalhe.